Isabella’s room contains a secret. It is the location of a
lie. It is the location of the lie that dominates Isabella’s
existence. This lie is an image. An exotic image. The image of a
desert prince. Isabella is the daughter of a desert prince who disappeared
on an expedition. This is what her foster parents, Arthur and Anna,
told her. They lived together in a lighthouse on an island, where
Arthur was the lighthouse-keeper. Like an island, the lighthouse
is a transitional area: somewhere between the sea and the land, between
solid and fluid, between inside and outside. The lighthouse is built
on the land, but it yearns for the sea. Isabella yearns for the desert,
the desert prince, Africa. This is how the life-story of the blind
old Isabella begins.
Isabella’s Room guarda um segredo. É o lugar de uma
mentira. É o lugar da mentira que domina a existência
de Isabella. A mentira é uma imagem. Uma imagem exótica.
A imagem de um príncipe do deserto. Isabella é filha
de um príncipe do deserto que desapareceu numa expedição.
Isto é o que os seus pais adoptivos, Arthur e Anna, lhe contaram.
Eles viviam juntos num farol que ficava numa ilha, onde Arthur era
o faroleiro. Como uma ilha, o farol é uma área de transição:
algures entre o mar e a terra, entre o sólido e o fluído,
entre o interior e o exterior. O farol é construído
em terra, mas deseja o mar. Isabela deseja o deserto, o príncipe
do deserto, África. Este é o início da história
da vida de Isabella, a velha cega.